A leptospirose pode causar sérios danos renais e hepáticos e, em casos mais extremos, levar à morte. A boa notícia é que é possível se prevenir dessa doença, conforme orienta a Secretaria de Saúde de Barueri, por meio do Departamento Técnico de Controle de Zoonoses (DTCZ).
Trata-se de uma doença bacteriana que atinge os seres humanos que tiveram contato direto ou indireto com a urina de animais infectados pela bactéria Leptospira – os ratos são grandes transmissores. Isso pode ocorrer através da água, do solo ou de alimentos contaminados.
Transmissão e sintomas
Os sintomas variam, indo de assintomáticos e subclínicos a quadros graves que levam até a manifestações fulminantes. Febre, dor de cabeça, dor muscular (principalmente nas panturrilhas), falta de apetite, náuseas e vômitos são alguns dos principais sintomas da leptospirose. Mas também pode haver quadros de diarréia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, dor ocular e até tosse.
Os casos mais graves têm 40% de chance de levar a óbito, letalidade considerada alta. Lugares com condições sanitárias precárias e grande infestação de roedores são ainda mais propícios para a propagação da bactéria. Inundações contribuem com a disseminação da doença, ainda mais porque a Leptospira é persistente no ambiente, o que aumenta a ocorrência de surtos.
A bactéria invade o corpo por meio da pele lesionada ou mesmo a pele saudável imersa por longos períodos em água contaminada. As mucosas também são porta de entrada para a doença. Uma vez exposta, a pessoa pode levar de um a 30 dias para manifestar sintomas, mas normalmente ocorre entre sete e 14 dias após a exposição.
O que fazer se aparecerem sintomas
Caso alguns desses sintomas se manifestem, procure um serviço de saúde imediatamente e não esqueça de relatar a exposição de risco. Conforme o Ministério da Saúde, o tratamento à base de antibióticos deve iniciar já no momento da suspeita pelo médico.
O atendimento ambulatorial deve ser suficiente para os casos leves, mas casos graves exigem internação imediata para evitar complicações. Não se automedique, pois isso pode trazer consequências piores ao quadro.
Como prevenir
A prevenção contra a leptospirose direciona-se aos roedores e outros animais que servem como reservatórios da bactéria e às condições sanitárias e de higiene como um todo.
– Elimine os “4 As”: Abrigo, Água, Alimento e Acesso. Isso evita que roedores se instalem e proliferem;
– Tomar todos os cuidados com a água para consumo humano. A água deve ser potável, filtrada, fervida ou com cloro para poderem ser tomadas ou usadas na preparação de alimentos;
– Evitar o contato com a lama de enchente, que é muito infectante. Limpar bem chão, paredes, móveis e roupas atingidas. Na hora da limpeza, sempre use luvas e botas de borracha. Lave o local com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5% na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400ml) de hipoclorito de sódio a 2,5%. Aplicar essa solução nos locais contaminados com lama e deixe agir por 15 minutos;
– Evitar contato com a água de enchente. No momento da limpeza é imprescindível o uso de luvas e botas de borracha ou ao menos sacos plásticos duplos bem presos às mãos e aos pés;
– Acondicionar e dar o destino correto ao lixo, assim como armazenar apropriadamente alimentos, limpar e vedar bem caixas d’água e fechar qualquer abertura que possa servir de passagem a roedores e outros animais;
– Ao se deparar com terrenos com mato alto e acúmulo de entulho, denunciar junto à Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente, com base na Lei do Lote Limpo (Lei Municipal 2.633/18).
Não use venenos
O uso de raticidas deve ser feito por técnicos e sob orientação de profissionais devidamente capacitados. Raticidas granulados e parafinados, bem como o chamado chumbinho, têm sua comercialização proibida, já que podem levar a acidentes com crianças e animais.
Tire suas dúvidas
Se quiser tirar dúvidas ou obter mais informações, entre em contato com o Departamento Técnico de Controle de Zoonoses de Barueri pelo telefone (11) 4198-5679 ou pelo e-mail saúde.vszoonoses@barueri.sp.gov.br.
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Foto / Texto: SECOM-Barueri